QUAL SERÁ O FUTURO DE NOSSOS NETOS?

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Na EEF Honório Bezerra, a interdisciplinaridade e a transversalidade são valorizadas entre os educadores na busca de uma educação mais reflexiva e participativa, menos fragmentada. Para fazer valer a proposta pedagógica escolar de forma mais efetiva, a comunidade escolar resolveu criar um dia específico sobre os dois temas. No dia 23 de maio, os professores das disciplinas de Ciências, Educação Física, Geografia e Português vão se reunir no laboratório de Informática para um diálogo com os alunos (do 8 ao 9 Ano) sobre meio ambiente. O texto escolhido do autor Leonardo Boff fala das futuras gerações. A pluralidade do assunto deve estimular a troca de informações, conhecimentos e vivências entre o corpo docente e discente de forma democrática e não-linear. A proposta é que todos participem e que estejam lado a lado durante o debate intermediado por vídeos. Os conceitos e métodos de ensino tradicionais não foram descartados na escola, porém a maneira de ensinar ganhou novas versões, mais condizentes com o mundo atual. Se tudo der certo, outras datas podem ser instituídas com o objetivo de melhorar a aprendizagem e o relacionamento de alunos e professores. Quanto ao conteúdo de Língua Portuguesa: a) Verificar a linguagem utilizada na matéria: se culta, simples, acessível, rebuscada, não-padrão, estigmatizada; b) Atentar para a correta pontuação; uso de pronomes de tratamento; continuidade textual; gêneros argumentativos; uso de abreviaturas; uso adequado de tempos e modos verbais etc; c) reflexão metalinguística acerca da produção textual: o processamento da escrita. Quanto aos conteúdos de Ciências e Geografia: a) Conceituar clima, efeito estufa, gases poluentes, neutralização do carbono, biodiversidade; b) Explorar quimicamente o carbono e a produção do gás CFC; c) Estudar as populações afetadas pelos desastres e catástrofes ambientais provocados pelo próprio homem; d) Analisar a ação dos gases tóxicos no organismo humano; e) Benefícios da reciclagem a coleta seletiva Quanto aos conteúdos ligados à Ética: a) Fazer relação da matéria com o Protocolo de Kyoto; b) Considerar a responsabilidade o homem quanto a sua ação destrutiva do planeta terra; c) Enfatizar e conscientização de cada um na luta para rever o quadro-climático; Quanto aos conteúdos de História: a) A revolução industrial b) A globalização Referencial Bibliográfico CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999 (Volume 1). Prólogo e Capitulo 1. KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias: o novo ritmo da informática. Campinas: Papirus, 2007. PRADO, Maria Elisabette B. B.; ALMEIDA, M. E. B.: Desafios e possibilidades da integração de tecnologias ao currículo. São Paulo, 2008. Disponível em: . Acesso em: 12 de mai. 2012. Qual será o futuro de nossos netos? Leonardo Boff, escritor e professor univesitário, expoente da Teologia da Libertação no Brasil. Olhando meus netos brincando no jardim, saltitando como cabritos, rolando no chão e subindo e descendo árvores surgem-me dois sentimentos. Um de inveja: já não posso fazer nada disso com as quatro próteses que tenho nos membros inferiores. E outra de preocupação: que mundo irão enfrentar dentro de alguns anos? Os prognósticos dos especialistas mais sérios são ameaçadores. Há uma data fatídica ou mágica sempre aventada por eles: o ano 2025. Quase todos afirmam: se nada fizermos ou não fizermos o suficiente já agora, a catástrofe ecologicohumanitária será inevitável. A recuperação lenta que se nota em muitos países da atual crise economicofinanceira, não significa ainda uma saída dela. Apenas que a queda livre se encerrou. Volta o desenvolvimento/crescimento mas com outra crise: a do desemprego. Milhões estão sendo condenados a serem desempregados estruturais. Quer dizer, não irão mais ingressar no mercado de trabalho, sequer ficarão como exército de reserva do processo produtivo. Serão simplesmente dispensáveis. Que significa ficar desempregado permanentemente senão uma lenta morte e uma desintegração profunda do sentido da vida? Acresce ainda que estão prognosticados até àquela data fatídica cerca de 150 a 200 milhões de refugiados climáticos. O relatório feito por 2.700 cientistas “State of the Future 2009”(O Globo de 14.07/09) diz enfaticamente que devido principalmente ao aquecimento global, por volta de 2025, cerca de três bilhões de pessoas não terão acesso à água potável. Que significa dizer isso? Simplesmente que esses bilhões, se não forem socorridos, poderão morrer por sede, desidratação e outras doenças. O relatório diz mais: metade da população mundial estará envolvida em convulsões sociais em razão da crise sócio-ecológica global. Paul Krugman, prêmio Nobel de economia de 2008, sempre ponderado e crítico quanto à insuficiência das medidas para enfrentar a crise sócio-ambiental, escreveu recentemente:”Se o consenso dos especialistas econômicos é péssimo, o consenso dos especialistas das mudanças climáticas é terrível”(JB 14/07/09). E comenta: “se agirmos da mesma forma como agimos, não o pior cenário mas o mais provável, será a elevação de temperaturas que vão destruir a vida como a conhecemos”. Se provavelmente assim será, minha preocupação pelos netos se transforma em angústia: que mundo herdarão de nós? Que decisões serão obrigados a tomar que poderão significar para eles vida ou morte? Comportamo-nos como se a Terra fosse só nossa e de nossa geração. Esquecemos que ela pertence principalmente aos que ainda virão, nossos filhos e netos. Eles têm direito de poder entrar neste mundo, minimamente habitável e com as condições necessárias para uma vida decente que não só lhes permita sobreviver mas florescer e irradiar. Os cenários referidos acima nos obrigam a soluções que mudam o quadro global de nossa vida na Terra. Não dá para continuar ganhando dinheiro com a venda do direito de poluir (créditos de carbono) e com a economia verde. Se o gênio do capitalismo é saber adaptar-se a cada circunstância, desde que se preservem as leis do mercado e as chances de ganho, agora devemos reconhecer que esta estratégia não é mais possível. Ela precipitaria a catástrofe previsível. Para termos futuro devemos partir de outras premissas: ao invés da exploração, a sinergia homem-natureza, pois Terra e humanidade foram um único todo; no lugar da concorrência, a cooperação, base da construção da sociedade com rosto humano. Dão-me alguma esperança os teóricos da complexidade, da incerteza e do caos (Prigogine, Heisenberg, Morin) que dizem: em toda a realidade funciona a seguinte dinâmica: a desordem leva à auto-organização e à uma nova ordem e assim à continuidade da vida num nível mais alto. Porque amamos as estrelas não temos medos da escuridão. Fonte: http://portaldomeioambiente.org.br/blogs/leonardo-boff/1302-qual-sera-o-futuro-de-nossos-netos

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