O jornal O Estado faz Matéria sobre a Semana da Paz do Honório Bezerra

Alunos pedem fim da violência
Apesar de ser uma manifestação, o tom será pacífico e os alunos distribuirão flores de porta em porta.

Vestidos de branco e distribuindo flores nas ruas do bairro Ellery, em Fortaleza, cerca de 300 estudantes realizarão hoje pela manhã a 5ª Caminha pela Paz. Os alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Honório Bezerra querem poder andar pelo bairro sem temor de balas perdidas, brigas de gangues, assaltos, enfim, da violência urbana que não é exclusiva do local, mas assusta jovens como Mailson Mendes, estudante do 8º ano, que viu os amigos morrerem e nada ser feito. “Queremos mais políticas públicas de segurança para os que caem no vício das drogas”, lamentou o músico. Os estudantes percorrerão mais de dois quilômetros levando faixas e cartazes com frases de protesto.
Apesar de ser uma manifestação, o tom será pacífico e os alunos distribuirão flores de porta em porta. A ideia, segundo a diretora da escola, Lúcia Helena, foi de iniciativa dos alunos e fruto da criatividade e revolta dos meninos e meninas que, diariamente, contavam histórias de violência nas redondezas da instituição de ensino, afirmou a diretora. Assim como em outros bairros, a questão do uso de drogas está presente e todas as outras problemáticas derivam do uso de químicos, do tráfico e da falta de perspectiva de futuro que os jovens têm. “Infelizmente, estamos vendo nossos alunos serem vencidos na guerra das drogas e não sabemos o que fazer. Temos que denunciar a situação, pedir mais segurança e tratamento aos dependentes químicos. Temos que sair da invisibilidade”, frisou Lúcia Helena.
Comentando que a Polícia Militar já faz reforço policial no bairro, o major Marcos Costa afirmou que tem conhecimento da questão no local e que a violência urbana não vem só das drogas, mas sim da falta de políticas públicas, de ocupação, lazer e profissionalização. “Temos lá na região uma viatura da 3ª Companhia do 5º batalhão, uma viatura do ronda e uma dupla de motos. Se precisarem, podemos nos organizar para estar mais presentes nas ruas e reforçar nosso grupo”, frisou o major.